Lagos a maior cidade do continente africano, parecia quase deserta depois das autoridades terem fechado o centro económico. A capital da Nigéria, Abuja também. Empresas, mercados de rua, COMÉRCIO foram encerradas num esforço para travar a propagação do novo coronavírus.
O Botswana parecia estar a manter a -19 fora de portas, mas após registar os três primeiros casos e uma morte esta terça-feira, foi decretado estado de emergência, que entra em vigor (a partir desta) na quinta-feira.
Tanzânia e Mauritânia registaram igualmente as primeiras mortes. No Burundi e Serra Leoa há relatos dos primeiros casos do vírus.
Muitos países africanos têm recorrido a polícia militar para forçar o recolher obrigatório. No Quénia com mais 50 casos e uma morte, a polícia abriu uma investigação à morte de um menino de 13 anos, baleado na varanda de casa em Nairobi, quando os agentes abriram fogo, alegadamente, para impor o recolher obrigatório.
Com mais de 5700 casos confirmados, o continente apontado pelos especialistas como mais vulnerável, tomou as medidas mais extremas, como o fecho de fronteiras, e acionaram as forças armadas para forçar o recolher obrigatório, algo que se tem revelado difícil.
Para os especialistas os conflitos armados, o saneamento básico deficiente, os bairros de lata lotados e hospitais subequipados são fonte de potencial para uma catástrofe, e por isso mesmo exigem medidas adicionais além da quarentena.
Para Achim Steiner, Administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), alguns dos países mais vulneráveis estão na linha da frente em relação ao que vai acontecer a seguir, e são os menos preparados.
Para as Nações Unidas a principal preocupação é que o apoio financeiro e acesso direto a equipamento médico seja inadequado, o que pode vir a piorar muito, tendo em conta o resultado destas medidas limitadas
A África do Sul com mais de 1300 casos ativos, tem o maior número de infeções em todo continente, e vai já no fim da 1ª semana de confinamento, que prevê durar 21 dias. A Cidade do Cabo é o ponto mais crítico. Um surto, nos aglomerados urbanos onde a água e o saneamento básico são um problema, pode revelar-se difícil de conter.
A grande questão é: se a quarentena não resultar, qual será a solução para os países africanos?
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