sábado, 22 de fevereiro de 2014

Historia dos negros pelo mundo e o seu sucesso

Desde a chegada dos pioneiros africanos, em 1619, os
negros da América enfrentam uma contenda laboriosa em busca
de direitos iguais, passando pela escravidão e pela segregação

Agora sem uma de suas figuras mais atuantes, o movimento negro nos Estados Unidos seguirá sua dolorosa cruzada para estreitar a fenda racial que se abriu paulatinamente ao longo de mais de 300 anos de História, desde que os primeiros africanos chegaram aos Estados Unidos, em 1619. O Ato dos Direitos Civis, aprovado em 1964, atendeu a muitas das reivindicações das minorias americanas. É evidente, porém, que mais de três séculos de discriminação não poderiam ser reparados por um único documento. Por isso, os esforços pela alteração não apenas das leis, como também da mentalidade e da cultura da América, precisarão ser mantidos por uma nova geração de líderes, de maneira que oportunidades iguais se apresentem tanto a negros como a brancos.


Brancos na frente, negros no fundo: ônibus segregado em Atlanta, em abril de 1956
Em 1619, os pioneiros africanos desembarcaram na Virgínia como servos por contrato - status semelhante ao dos trabalhadores ingleses, que também empenharam anos de trabalho para cobrir os custos da passagem à América. Pouco tempo depois, entretanto, a escravidão, ainda que não regulamentada, já se verificava em muitos estados do país. A cultura do tabaco no Sul dos EUA se alimentou do tráfico negreiro para compor sua mão-de-obra por décadas a fio; como resultado, o censo americano de 1860 registrava uma população de 4 milhões de escravos nos quinze estados em que a escravidão era legal. Nesses estados, a população total era de 12 milhões de pessoas. Cerca de 500.000 negros viviam livres no país naquele tempo.

As vozes abolicionistas, que timidamente apareceram nos EUA no século XVIII, ganharam força com a eleição à presidência de Abraham Lincoln, opositor declarado da escravidão, em 1860. Convencidos de que seu modo de vida estava ameaçado, os estados do Sul se separaram da União e detonaram a Guerra Civil Americana. Em 1863, durante o conflito, Lincoln assinou a Proclamação da Emancipação, libertando os escravos dos estados confederados e proibindo a escravidão em todo o país. Mas era apenas o começo da jornada.

Medo nas ruas: Ku Klux Klan no Alabama
Segregação institucionalizada - No fim do século XIX, os estados do Sul, afetados economicamente com o fim da escravidão, promulgaram as chamadas leis Jim Crow, uma série de determinações para legitimar a discriminação racial e dificultar o acesso dos negros ao voto. Legislações semelhantes apareceram por todo o país, e a segregação passou a ser uma realidade nos Estados Unidos. Prédios e transporte públicos, escolas, restaurantes, cinemas e até cadeias tinham áreas separadas para brancos e negros - a dos negros, via de regra, em estados deploráveis. Casamentos entre brancos e negros ou seu descendentes eram proibidos em diversos estados, para evitar a miscigenação. Na Carolina do Norte, nem mesmo os livros da biblioteca poderiam ser consultados por negros e brancos - se o primeiro a retirá-lo fosse um branco, apenas os brancos teriam acesso ao volume.

Atleta pioneiro: Jackie Robinson em 1947
Entre os anos de 1916 e 1930, uma onda de migração negra do sul para o norte, meio-oeste e oeste do país - regiões onde a tolerância e as oportunidades eram maiores - deu início ao movimento pela igualdade de direitos. Entretanto, apesar de alguns pioneiros terem ultrapassado a barreira racial (como o atleta Jackie Robinson, craque do beisebol, que em 1947 tornou-se o primeiro jogador negro nas ligas maiores da modalidade preferida dos americanos, colocando um ponto final na segregação que durou 60 anos), apenas a partir da década passada é que os resultados coletivos começaram a aparecer. O boicote de Montgomery e a marcha em Washington, ambos marcados pela não-violência e pela tentativa de integração racial pregada por Martin Luther King, tiveram grande repercussão - e, mais importante ainda, resultados práticos. Contudo, alguns líderes e grupos, notadamente Malcolm X (1925-1965) e o recém-formado Black Power, advogam pela ruptura total entre a América negra e a branca, utilizando-se da violência se for preciso. A grande incógnita é o caminho que será tomado pelos herdeiros de King - se a rota da não-violência trilhada pelo reverendo ou uma estrada muito mais sinuosa, manchada de sangue.

Os Negros que deixaram a sua historia pelo mundo

Nelson Mandela
Ativista e Presidenta da África do Sul
Ganhador do Nobel da Paz em 1993, Nelson Mandela foi o mais poderoso símbolo da luta contra o Apartheid, o regime segregacionista na África do Sul. Conhecido como Pai da Pátria em seu país, Mandela foi presidente da África do Sul por 5 anos, de 1994 a 1999. Para alcançar esse posto, símbolo da igualdade democrática, Nelson Mandela passou 3 décadas na prisão por "praticar terrorismo contra o regime Apertheid".

Martin Luther King Jr.
Pastor e ativista
Luther King foi o mais famoso dos ativistas pró-igualdade racial dos Estados Unidos. Pastor da Igreja Batista, Martin palestrou e discursou por todo o território americano sempre pregando a igualdade e o ativismo pacífico. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1964 e foi assassinado momentos antes marcha em um hotel, em 1968.

Pelé
Jogador de Futebol
Considerados por grande parte do público brasileiro e internacional como o maior e melhor jogador de futebol de todos os tempos, Pelé acumulou títulos durante sua carreira no Santos Futebol Clube, New York Cosmos e Seleção Brasileira. É considerado pela FIFA como o Jogador de Futebol do Século XX.

Malcolm X
Ativista
Malcolm Little ficou órfão aos 6 anos e passou a adolescência em orfanatos e internatos. Junto com Martin Luther King Jr., representa a luta antissegregacionista americana. Ao contrário de Luther King, Malcolm defendia que os negros deveriam responder com violência à violência imposta pelos brancos. Foi assassinado com 13 tiros, em 1965, enquanto discursava.

Charles Drew
Médico e Cientista
O Dr. Charles Richard Drew foi um médico e pesquisador norte-americano que fez pesquisas no campo das transfusões e armazenamento sanguíneo no início da Segunda Guerra Mundial. Charles Drew protestou contra a segregação racial na doação de sangue e deu contribuições que são usadas até os tempos atuais.

Michael Jackson
Cantor

O Rei do Pop, tanto em carreira solo quanto em sua infância com os irmãos no Jackson 5, abriu caminho para os cantores e artistas negros na mídia americana e mundial. Michael teve a pele de sua cor alterada por conta da doença vitiligo, que alter a pigmentação da pele, mas sempre manteve o orgulho de ser negro.

Bob Marley
Cantor
Símbolo da cultura reggae e rastafári, Bob Marley é uma das personalidades mais conhecidas do mundo. Vendeu mais de 75 milhões de discos e é considerado o maior artista do "Terceiro Mundo", países de extrema pobreza e esquecidos pelo mundo. Bob Marley sempre passou uma mensagem de paz, amor e comunhão em suas músicas.

Barack Obama
Presidente dos EUA
Vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2009, Barack Obama foi o primeiro negro eleito à presidência da república dos Estados Unidos. Mesmo antes disso, Obama conquistou uma carreira singular, tendo durante anos o único senador negro durante a legislatura.

Machado de Assis
Escritor

Considerado como o maior escritor da literatura nacional, Machado de Assis, que mal estudou e nunca fez universidade, escreveu com maestria em todos os gêneros literários. Viveu durante a época da Proclamação da República e foi ávido comentador dos fatos. Junto com outros colegas autores, fundou e foi o 1º presidente da Academia Brasileira de Letras.

Ray Charles
Cantor

Ray Charles é um dos cantores negros mais famosos de todos os tempos. Considerado pela revista Rolling Stone como o 2º maior cantor de todos os tempos, Ray, que também é cego e toca piano, sempre se recusou a cantar em estabelecimentos somente para brancos.

Jesse Owens
Atleta

Jesse Owens ganhou espaço na mídia nas Olimpíadas de Berlim, em 1936. Vencedor de 4 medalhas de ouro nas provas de atletismo, Owens não foi cumprimentado pelo líder nazista Adolf Hitler, muito menos pelo presidente de seu próprio país Franklin Roosevelt, somente por ser negro.

Rosa Parks
Costureira e ativista

Rosa Parks foi a personagem principal do ato que marcou o início da luta antissegregacionista nos Estados Unidos. Em dezembro de 1955, Rosa recusou-se a ceder seu lugar num ônibus para uma pessoa branca e foi expulsa do veículo. A partir daí, iniciou-se o Boicote aos ônibus de Montgomery e muitas outras ações pró-igualdade em solo.

Muhammad Ali
Pugilista

Eleito pela renomada revista esportiva Sports Illustrated, em 1999, como o "Desportista do Século", o americano Muhammad Ali ganhou uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, e tem em seu nome o incrível cartel de 57 vitórias e somente 5 derrotas na carreira. Encerrou sua carreira em 1981, quando ainda era Campeão Mundial dos Pesos-Pesados.


Joaquim Barbosa
Presidente do STF

Joaquim Barbosa nasceu em uma família pobre em Minas Gerais e, aos 16 anos, foi sozinho para a Brasília tentar a vida. Hoje, mais de 40 anos depois, é fluente em francês, inglês, alemão e espanhol, tem mestrado em Direito Público pela Universidade de Paris, foi Oficial de Chancelaria no Itamaraty e o primeiro negro a assumir o posto de presidente do Supremo Tribunal Federal.

Zumbi dos Palmares
Líder quilombola

Zumbi é um ícone da resistência negra à escravidão no Brasil. Em meados de 1670, passou a liderar o Quilombo dos Palmares, reunião de negros resistentes ao trabalho forçado. Conhecido como Zumbi dos Palmares por liderar o quilombo que carregava o mesmo nome, Zumbi foi morto em 1696 e teve sua cabeça exposta no estado de Pernambuco.


Guion Bluford Jr
Astronauta
Guion Bluford Jr. (Filadélfia, 22 de novembro de 1942) é um ex-astronauta norte-americano, veterano de quatro missões do ônibus espacial. Foi o primeiro negro a subir ao espaço.
Formado em engenharia aeroespacial pela Universidade Estadual da Pensilvânia, entrou para a Força Aérea dos Estados Unidos qualificando-se como piloto em janeiro de 1966. Enviado ao Vietnam, participou de 144 missões de combate durante a guerra, 65 delas sobre o Vietnã do Norte. Fazendo carreira como oficial da US Air Force nos anos 1970, atingindo a patente de coronel, Guion acumulou um total de 5200 horas de voo em diversos tipos de aeronave de combate e de treinamento.

Escrito Por Filipe Bicango

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