sábado, 14 de novembro de 2015

Valor da dívida de Moçambique a Angola ascende a 60 milhões de dólares



Angola vai perdoar a dívida externa de Moçambique, avaliada em cerca de 60 milhões de dólares disse hoje à Lusa fonte da Presidência moçambicana, corrigindo o valor de 600 milhões de dólares avançado na quarta-feira.

"Angola mais uma vez reafirmou a sua vontade de perdão da divida de Moçambique, pelo menos em 50%, e a outra parte que ficar será transformada em investimento", adiantou na quarta-feira em Luanda Filipe Nyusi, dando conta que este acordo, já avançado em 2014, foi passado a escrito no comunicado final das conversações de alto nível entre os dois países e que marcaram a sua visita de Estado iniciada no domingo.

Foi tomada a decisão política e o figurino será definido no futuro, disse o Presidente moçambicano em conferência de imprensa, instando os dois países a reverem periodicamente, numa base trimestral ou semestral, o andamento dos seus mais de vinte memorandos comuns.

Esta modalidade de perdão da dívida já tinha sido revelada em agosto de 2014 pelo ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, durante a IX Comissão Mista de Cooperação Bilateral Angola-Moçambique, embora não tenha divulgado valores.

"É um gesto que simboliza a amizade e a vontade de colaborar e participar nas soluções para as preocupações do povo moçambicano", comentou Nyusi, no final da visita de Estado a Angola, durante a qual manteve um encontro com o seu homólogo, José Eduardo dos Santos, e participou nas comemorações dos 40 anos da independência angolana, assinaladas na quarta-feira.

"A nossa presença é o reconhecimento que este povo está independente, que teve um papel comum connosco, teve o mesmo colonizador, lutámos no mesmo momento e nos libertámos no mesmo ano", comentou o chefe de Estado de Moçambique, que também comemorou 40 anos de independência no passado 25 de junho.

Desta visita de Estado resulta também a determinação de Angola e Moçambique resolverem em 2016 a facilitação de vistos para a entrada dos seus cidadãos em cada um dos dois países.

Ainda no balanço da deslocação, Filipe Nyusi considerou que o fórum de negócios com empresários dos dois países foi um sucesso, tendo sido assinados acordos entre o Centro de Promoção de Investimentos (CPI) e a Câmara de Comércio e Indústria de Angola, entre a Confederação das Associações Económicas (CTA) e o Centro Corporate Governance angolana e entre a Confederação das Empresas de Moçambique e o Instituto de Fomento Empresarial.

O Presidente moçambicano referiu-se também às visitas que realizou à petrolífera angolana Sonangol e à base logística para o setor petrolífero Sonils, dando conta de que servirão de conhecimento para o modelo a adotar para este setor em Moçambique, quando o país se prepara para a exploração, na próxima década, de uma das maiores reservas de gás natural do mundo.

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